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Sessão Histórica de Nina Spear

Sessão Histórica de Nina Spear

 
 Sessão Histórica
       de Nina Spear
 
 
 
 
Prefácio:     
   
São Paulo, dezembro de 2.002.
- Já estive quase certo... De que não mais escreveria obras literárias alguma... Simplesmente, porque estava eu com esse prazer desativado.
Porém, tudo era momentâneo: como o vento que passa a chuva que molha, a noite que vai e o dia que vem, mantendo o circuito da vida num assíduo vaivém...
Pois, tenho vivido uma pausa feita de gelo que intercalava esse vaivém, tirando-me totalmente a assiduidade das inspirações (e pude então me descansar um pouco do escrever).
Mas, logo um pouco depois... Bateu-me uma vontade enorme de recomeçar algo novo... Porque, o automatismo psíquico me descongelava as idéias criativas que estavam detidas no apogeu de minh’ alma, em cadeia de gelos.
Agora sim! As idéias sólidas começaram a se derreterem em suores de inspirações, que aquecidos se vaporizam até as nuvens... De uma forma bela e atraente! Que caindo, molham-me urgente, germinando obras culturais, como cópias daquilo que se vê e senti.
As inspirações desciam como chuvas em mistérios, transformando-se em rios... Rolando pelas páginas dos livros e das almas de todas as gentes que agora lê e sente a força dessa fonte.
Considera-se; que as inspirações poéticas têm o carisma dos deuses e as expressões proféticas: são doces como as águas de um rio:
- Oras, são doces e ligeiras...
- Oras, são lentas e faceiras...
- Às vezes paradas e trigueiras... Na alma da gente:
- Um pouco sistemáticas... Mas, gentis e hospitaleiras.
E nisso me comprazo! Em retomar as possibilidades, de doar ao mundo das letras mais uma obra advertida e bacana! Em atendimento a minha amiga Nina Spear e outros que amam a leitura.
Nina conta sua história de vida de uma maneira romântica! E com isso, ela me faz doar ao mundo das letras, mais um Romance de cenas reais e vivas! Intitulado:
- Sessão Histórica de Nina Spear. A palavra “Sessão” usada no singular, neste volume, trás o significado: “Vida!”.
A sessão histórica de Nina Spear é um romance real mergulhado no lirismo, onde o subjetivismo poético deixa o coração falar mais alto... De uma maneira largada... Como se a alma pudesse voar e cantar o entusiasmo do seu sentimentalismo... E acho que pode!
Em todos os gêneros de arte sempre houve e haverá um espaço nobre para o lirismo se largar, Com suas façanhas de amor... Esse romantismo nunca morrerá, Enquanto houver homens e mulheres capazes de amar!
- O romantismo ilumina a alma humana com graça e luz!
- É um Dom de Deus na pessoa:
- Capaz de renovar as forças da vida e do amor.
 
                      
 
Capítulo: 1 (sinopse)
As considerações entre nós!
 
 
São Paulo, dezembro de 2.002.         
- Depois de uma demora colossal, consegui achar um espaço para me dedicar um pouco à sessão histórica de Nina Spear. Sei, que a minha demora foi quase imperdoável, mas, ela achou ainda no seu coração um espaço para me perdoar dentro da dimensão (quase...); e com isso tornou-me ainda possível alcançar a virtude do seu perdão.
O verdadeiro nome de Nina Spear ficará oculto no apogeu de minha alma, como um fruto do pecado proibido de saborear e expor de maneira explícita, a flor da pele de seus contextos.
Pois, lhe prometi guardar o segredo do seu nome, mas, mesmo obstando-se da sua identidade real, trabalharei dentro do seu pseudônimo com a sua realidade de vida, fragmentada e adornada, por um fluxo de palavras, inspiradas em sua beleza interior e exterior; enriquecendo assim a narrativa com as riquezas que ela mesma tem!
E, antes de tecer a sua história, ficam aqui algumas palavras tiradas dos exemplos que colhi dos seus lábios, quando lhe comparou a vida, como uma peça de tecido, de mistas fibras de algodão... E assim, achei tão lindo! Que colocarei aqui um texto tirado do seu primeiro ato dentro de sua sessão histórica. E tentarei ser um bom tecerão ao tramar as fibras de sua vida, através da obra de arte escrita, com os valores textuais.
*Pois, as obras de arte-escritas são manifestações de nossa alma mediante o contato em que temos com o mundo e suas reações simultâneas ou parciais.
O nosso espírito capta as coisas de um modo abstrato pela sua visão oculta do intelectualismo (e de modo palpável pela a visão dos olhos carnais).
Por isso a interpretação de um texto ocorre através de uma leitura Óptica (ótica): A maneira de ver, sentir e julgar! E noutros casos: cegos, pelo tato da leitura do braile e surdos pelas mímicas da leitura de libra.
Em tudo isso... Para que funcione bem cada tipo de percepção, é preciso uma boa preparação intelectual para captar os significados, porque eles estão instalados no campo abstrato dos textos (É o Resultado do grau intelectual da ação daquele momento).
Quando temos um raciocínio evoluído: apreendemos as coisas que vemos e sentimos de um modo bem filtrado! Porque o nosso julgo tem o preparo da razão pertencente ao equilíbrio, que sabe subjugar coletivamente ou parcialmente.
Tecer um texto: É sentir tudo isso que falamos, para que haja condições de representarmos os significados das épocas, povos e costumes (Numa etnologia bem ajustada as historias com elas são).
Os narradores de historias, às vezes usam certas expressões que parecem exóticas demais! Porem; são ortodoxas as épocas vigentes:
- É necessário usar as fibras e cores de acordo ao seminário dos tecidos para tecer bem um tecido (E assim também um texto).
O texto bem tecido representa o valor de sua historia e qualidade de seu tecerão... Mas, as boas fibras são importantíssimas para se tecer uma coisa boa! E tenho por certo, que Nina Spear tem as fibras que preciso.*
 
Nina Spear,
Foge da fazenda Pedras de chão,
No ano de 2.000.
 
 
Nina Spear, com 20 anos de idade, fugiu de sua própria fazenda, de onde herdara há pouco tempo, por ocasião de um recado que havia recebido de um moço de Santa Helena, seu município; de que ela corria risco de vida: alguém havia mandado matá-la para se apossar de sua fazenda. Receando ela, pois, achou melhor não arriscar, visto de que o moço que veio avisá-la era extremamente de confiança!
Cenas estas, que são descritas e repetitivas aos pensamentos de Nina, enquanto corria pela mata, estrada e trajeto de barco mar adentram...
Nina corria feita uma leoa pelos trilhos da mata...
- Era madrugada e tudo ainda estava escuro...
- O céu trovejava e os relâmpagos corriam pelo espaço, enquanto uma ventania louca agitava todo aquele arvoredo, do município de Jaboatão.
Pobre Nina corria feita uma leoa pelos trilhos da mata.
E depois de correrem algumas horas... O céu já desaguava os primeiros chuviscos, quando ela ganhou a estrada magra, torcidos... E estivada de Pedras de chão, pelo resultado de uma seca de três anos.
Nina esbagoou grão por grão de sua coragem, e agora já estava cansada e chorando, quando se assentou a beira daquela estrada e começou a lamentar: Que droga de vida... Sou dona das terras e tenho que fugir para não morrer nas mãos desses cangaceiros malditos! Isso não é justo ó meu Deus! O que eu faço agora?...
Ela estava assustada, receosa com o barulho da ventania que se embreava no meio das matas; e isso fazia parecer-lhe que fosse alguém seguindo os seus passos para pegá-la por uma cilada: A cilada existia, mas, não estava ali tão junto dela ainda.
De repente, um anjo invisível, põe-lhe um foco de luz sobre sua cabeça; e ela não vê, mas diz: Nossa! Que calor de fogo! Deve ser coisa de Deus! Estou sentindo uma força tão grande! Deve ser sinal pra eu correr até sumir da mira desses capangas.
Nina se levantou e voltou outra vez a correr feita uma leoa, pela estrada afora... Sob raios, coriscos, chuva e uma ventania enorme...
E lá na frente, depois de algumas horas... Ela se dá de cara com o mar e um barco estacionado: cujo dono já havia se retirado, e já se ia, em alguns metros adiante todo encapotado, devido à chuva.
Nina mergulhou fundo ao mar com aquele barco roubado... (ou seja, emprestado por uma justa causa), E se foi...
Malditos cangaceiros, agora já se entrelaçavam entremeios as matas. Enquanto um deles puxava os cavalos pela a estrada rumo ao mar, agitado para capturar a Nina.
Mas, por sorte! Ela já estava bem longe, com aquele barco novo e munido de alimentos. E a sua coragem era mais veloz que o vento de uma tempestade bravia mergulhada no mar adentra.
Os malditos cangaceiros estavam indignados e cansados em bater a matas. Então, se foram até o mar... E Deus que me perdoe de pensar: Podia ter caído um raio do céu nas cabeças daqueles desgraçados, órfãos de toda a afeição, indignos de possuírem a vida.
Mas, de repente, lá estava ela a beira-mar a interrogar, o abestalhado homem, que havia perdido o seu barco para a fuga de Severina:
- Eh!... Eh!... Quem vocês estão procurando?
- Pararam a tropa e responderam: A moça Nina Spear...
- E disse-lhes: Deve ser a mesma que me roubou o barco e se escafedeu pelo mar afora... E sei que vai se der mal... Com essa tempestade, coitadinha dela...
- É verdade homem de Deus! (disse um deles): Coitadinho de você agora... E logo o agarrou: vamos até a sua casa que precisamos comer alguma coisa e saquear o resto (ah, ah, ah...).
- Que agora se foi embora, qual fumaça de uma chaleira...
- O pobre homem chorava de tristeza e dizia: Pelo amor de Deus! Não faça nada de mal comigo...
- Não vamos fazer nada de mal com a sua vida se ficar bonzinho... Só queremos comer e encher os fardos da garupa. E assim se foram, naquele descaro até a casa do tal barqueiro pescador; que por sorte estava sozinho, enquanto sua mulher e duas filhas viajavam.
- e assim, comeram e beberam os garrafões de vinhos que tinha lá e carregarem bacalhau e carne seca aos montes; pois, o tal homem era pescador e revendedor desses produtos.
- pobre homem ficou tremendo como uma vala verde e dizendo consigo mesmo em voz alta: é seu Ferreira... Dessa vez o senhor se ferrou!... Daquele dia viu a morte bem diante dos seus olhos! Mas, por piedade Deus lhe poupou a vida.
E assim, aqueles cangaceiros desmiolados, chegaram à beira-mar e tomaram para si, um barco grande que estavam por ali. E enquanto carregava-o com suas tralhas de cangaços e alimentos roubados.
Lá longe uma mulher; sapateava com as mãos na cabeça dizendo: Ai meu Deus!  Ai meu Deus! Estão levando o meu barco. Mas, não se aproximou deles com medo da morte, deixando que o levasse.
 
Minutos depois...
 
Pus, o meu olhar sobre o mar... E já não se via a Senhorita Nina no seu barco de fuga; e nem os quatros cangaceiros no barco de perseguição a ela.
Do lado de cá, destacam-se os gritos de socorro, daquela mulher que viu o seu barco sendo levado pelos cangaceiros; mas, se tornara inútil suas gritarias, pois, não havia ninguém para socorrê-la, sob uma tempestade infernal daquelas.
O seu socorro viria sim, por sorte do destino, mas, não por ajuda de suas gritarias, mas sim, pela a sua própria presença ali posta na mira do Senhorª Ferreira, que há pouco havia sido vítima dos mesmos maus feitores.
O Senhorª Ferreira estava inquieto com a perda do seu barco, a qual foi levada pela Nina e mais revoltado ainda com o saque de mantimentos que os cangaceiros fizeram no seu rancho.
O Senhorª Ferreira aproximou-se da mulher para ver o que estava acontecendo... E logo ficou sabendo, assim como ela também ficou a par de tudo o que lhe acontecera...
E foi de repente, que ambos estatelaram os olhos sobre os quatro cavalos que estavam ali amarrados e disseram entre si: Deixaram os cavalos aqui... Vamos roubá-los! (Sim! Sim!); E, dentro de poucos minutos, ganharam a estrada, montados em dois dos cavalos e puxando os outros dois: E sumiram...
Olhando do lado de cá do mar, as cenas estavam cortadas pelo croquete dos desígnios. E, para seguir o casal e os quatro cavalos, achei estranho... Então parti rumo ao alto mar, que por natureza já é bravio, e naquele momento mais bravio ainda devido à tempestade.
Pus os meus olhos de águias sobre as águas marítimas; e o mar estava alvoroçado... Levantando turbilhões de águas acima de seu nível oscilante e esbofeteando as águas pluviais que caiam da tempestade, como se não quisesse que elas invadissem os seus espaços.
O vendaval comia o espaço de cima a baixo... Era um jogo duro, poupar a própria vida, entremeio mar e tempestade num escuro infernal.
- Mas, quanto aos meus olhos de águias, Quem os afogaria nas águas? Ninguém!
- Ou quem espatifaria as minhas cenas almejadas? Ninguém! Por isso deu-me, para filmar tudo e todos.
...Lá estava Nina encostada junto a uma Ilha, dentro do barco a chorar: molhada e desanimada a clamar: e agora meu Deus o que faço?...
No seu pensamento imaginava os cangaceiros alcançando-a com outro barco. E era isso exatamente, o que estava para acontecer, se o socorro não lhe viesse em tempo oportuno.
Por sorte do destino, Nina foi avistada de longe pelo Barco dos Sete Navegantes; onde cada um dele avistou-lhe no seu barco chorando; e arrazoaram entre si: Vamos socorrê-la!
Nina, ao perceber aquela aproximação do grande barco, tive receios... Mas de qualquer forma, ela estava em perigo de morte sob a mira dos quatro cangaceiros. E foi pensando nisso que se alegraram quando viu o barco se aproximar...
- Eh, moça... Quer ajuda?!
- sim, eu preciso muito!
- Pra onde está indo?
- Pra qualquer lugar do mundo...
- Então entre aqui...
- e partiu com eles contando sua história...
Lá na Fazenda Pedras de chão, de propriedade de Nina, ficou Chico, o moço apaixonado pela patroa, que mal havia herdado a herança do seu pai Luiz Baião.
Chico chora, porque Nina foi-se embora,
Qual a água de uma chaleira,
Que em fumaça se evapora...
Quase sempre, bem ligeira.
Nina se foi, qual o vapor de uma chaleira,
E sempre lhe voltará como a chuva que cai...
Pelas as lágrimas dos seus olhos, hospitaleiros.
Mas, Nina não é água, nem tampouco chaleira:
- Ela é uma morena bonita e herdeira da grande fazenda, Pedras de chão (onde é vista como uma linda princesa dos olhos azuis e faceiros lutando pelas suas razões).
Chico chorava junto à janela de sua casa,
Porque Nina tinha ido embora,
Qual a água de uma chaleira,
Que em fumaça se evapora... Bem ligeira.
Mas, ele não sabia ao certo, qual a razão...
Pensava consigo, de que aquela fuga...
Fosse fuga de mulher em encontro de uma paixão!
Esse brilho que se evapora,
Pelo o espelho dos teus olhos,
É paixão carente, em busca de uma esmola,
De quem possa lhe esmolar.
Sei que as madrugadas te esvaziam a alma, ó Nina!
E o silencio da calma te corrói...
E no teu peito, te dói a minha ausência.
Mas, não te esqueça... Que me deixaste em desaninho;
Chorando sozinho o dor de uma solidão.
O meu clamor se vaza,
Como as águas que se transborda pelo chão,
Desnecessariamente...
- Molhando, entupindo e exortando antes do tempo,
As virtudes de uma reconciliação de uma mulher ausente.
Saiba ó Nina, que a minha terra é o coração,
Que de ressecada, já virou torrão,
Quais as terras secas que viram pedras de chão...
- O teu coração está mofo, chocho e embargado;
A lacradora da silhueta;
De um olhar elevado e distraído...
Aos engodos de mil tretas...
- esse nosso amor não se estabiliza, ó Nina...
Nem chega perto (de Romeu e Julieta).
Obs: Chico havia falado estas palavras após a fuga de Nina, e só se ficou sabendo dois anos depois, quando se reencontraram na Cidade de São Paulo. Esse foi o desabafo de Chico, segundo as explicações de Nina.
 
Seqüência da perseguição: Lá na Ilha, os cangaceiros chegaram cantarolando músicas do sertão nordestino, porque ao enxergar o barco acostado ali, pensaram que já tinham achado Severina, e se enganaram redondamente.
Eles sapateavam irados! Dizendo em voz alta: Nós vamos pegar aquela fujona... Ô se, vamos... E iam adentrando-se pelo meio da mata em busca da presa...
 
NOTA: Nina foge de sua própria fazenda, de onde herdara há pouco tempo, por ocasião de um recado que havia recebido de um moço de Santa Helena, seu município: de que ela corria risco de vida: alguém havia mandado matá-la para se apossar de sua fazenda. Receando ela, pois, achou melhor não arriscar, visto de que o moço que veio avisá-la era extremamente de confiança!  Cenas estas, que são descritas e repetitivas aos pensamentos de Nina, enquanto corria pela mata, estrada e trajeto de barco mar adentram...
Foi tão somente por esse motivo que ela se embrenhou pelos meios da mata numa fuga inevitável, na qual esteve durante algumas horas correndo até quase perder as forças...
Saindo então, a beira da estrada já quase desmaiada a fim de um socorro de sobrevivência: assentando-se, pois, a pé da estrada sobreveio-lhe uma forte tempestade infernal! E junto a esse imprevisto, o socorro de um anjo, que lhe aparecera com as forças divinas, para lhe empurrá-la à frente e concluir aquela fuga. E, enquanto Nina ia aproximando-se do mar, os cangaceiros batiam a estrada e a mata para localizá-la...
Mas, por sorte do destino, Nina alcançou o mar a tempo de tomar um barco que estava estacionado junto às águas e fugir. O dono daquele barco de longe havia avistado-a, mas, sem tempo suficiente de impedir o roubo, teve que deixá-la partir.
Os quatros cangaceiros aproximaram-se das margens do mar sob aquele temporal infernal; e avistando o homem que há pouco havia sido vítima de Severina, foi então interrogá-lo: Se havia visto uma moça, assim e assado...
Respondendo, disse-lhes: deve ser a mesma moça que há pouco me roubou o barco e sumiu por aquela direção...
Estava falando ainda assim, quando foi assegurado pelo braço por um dos cangaceiros que até aí então estava mudo a ouvi-los...
- Então agora nos leva até a sua casa que nos basta: estamos com fome! E queremos abastecer os nossos celeiros para prosseguir a viagem, atrás daquela fujona... E olha lá, hen... Não vai dar uma de engraçadinho fujão também... Só queremos comida, se ficar quietinho, nós lhe pouparemos a vida. E, assim foram-se e saquearam a casa do pobre homem, que já havia perdido o seu barco a Nina Spear.
      
 
Capítulo: 2
A tristeza de Nina
São Paulo, dezembro de 2.002.
 
 
Nina está triste, porque o relembrar dói no fundo de sua alma... E conta que foi deixada a beira-mar numa tardezinha, como se fosse um objeto imprestável, (por aqueles sete navegantes que havia a salvado daquela ilha), só porque não aceitou os caprichos sexuais de nenhum deles; e, mormente, o capricho do Capitão Juca Valença, que se achava no direito legal, por ter salvado-a naquele dia. E este foi o seu castigo, decretado por ele: Joguemo-la a beira-mar... Se tiver garra como uma lança! (que traduzido para o inglês quer dizer: Spear): viverá! Senão... Será alimento dos bichos!
Nina diz ter chorado amargamente, ao vê-la, ali jogada ao léu, ao Deus dará... Mas, para ceder ao capricho dos homens, que quase sempre cobram assim... Seria melhor ser comida pelos bichos, junto a sua honra de mulher honesta de que vender o seu pudor, por uma viagem de navio. E assim se tornara bem mais complicado as coisas para ela!
Nina Spear teve que viver como um bicho por uns quinze dias aprox., Mas, não ser comida por eles. Ela tinha fé suficiente em Deus, para ser guardada desse mal.
Então, andou bastante embreada por aquelas matas... Da mesma forma de quando estava fugindo dos cangaceiros de lá de sua fazenda. Só que desta vez, fugia da fome e das bestas feras que poderia estar embreada no meio das matas.
E quando estava cansada de caminhar, se deparava com o medo das feras e da noite; tendo que dormir aos galhos de uma árvore, temendo tudo, o que poderia lhe acontecer....  Fez a sua oração de fé a Deus:
- Ó Deus! Será que estou só, ou ainda estás comigo?...
Estou trêmula e abatida, cansada e perseguida.
Não sei se posso dizer: Ó meu Deus! Mas, tu sabes, o porquê fui jogado daquele navio: ajuda-me agora...
Ó Deus! A minha alma chora a dor de um conflito dolorido que me apanhou tão de repente, por causa daquela herança que recebi quase que me mataram... A minha sorte foi que fugi, e agora queriam me tirar à honra em troca de uma viagem de navio: o mundo é mal, mas, tu és o meu bem!
(e logo adormeceu).
E, a misericórdia de Deus lhe cobriu de virtude do espírito santo e ela adormeceu profundamente sobre os galhos de uma árvore que não sabe dizer o nome. E foi amada por Deus e vigiada pelos guardiões dos céus, para que não fosse devorada como uma presa das feras.
E, quando o dia clareou...
Nina agradeceu a Deus chorando...
Graças de dou Ó meu Deus! Por me ouvir, consolar e guardar-me essa noite.
E saiu caminhando... Morrendo de fome e sede... E depois de algumas horas... Olha só o que ela encontrou: A virtude de um riozinho, a qual foi andando por ele com seus pés pelas as águas e pedrinhas. E lá na frente pensou assim:
- Ai vem... Do seio das matas,
No mais restrito recato,
A veia de um riozinho.
Ele nasce bem ali,
Junto ao pé da jabuticabeira...
E as jabuticabinhas,
Assistem sorrindo,
Os seus primeiros passos,
Que sem pé e embaraço, caminha,
Consumindo a alma seca da região.
Ai vem... Do seio das matas,
No mais restrito recato,
A veia de um riozinho.
E bem sei que lá em baixo...
Ele se engorda,
Porque outras veias d’ água concordam,
Em viajar pelo o mesmo caminho...
Ah! Que glorioso caminho é este!
Onde a água sustenta o verde das árvores,
Turistas e pássaros...
E outras jabuticabinhas,
Pretas e docinhas,
Grudadas ao pau,
Das árvores de jabuticabeiras.
O pau do tronco das jabuticabeiras,
Parecem estar sempre juntas ao caminho,
Para beberem água da fonte desse riozinho.
Aqui nesta floreta tem água de chuva, de rio e de minas;
E, é isso que extermina a alma seca,
Que mata a fonte da vida, de todos os seres vivos.
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E, em quanto ela salvava a sua vida ali junto ao riozinho.
Lá na fazenda pedras de chão; Chico era expulso pelos capangas, que haviam voltado do mar furioso, por não terem encontrado ela. E deu-lhe uma hora de prazo para limpara a área, caso não quisesse morrer a tiro de cartucheira.
Nesse caso, não havia outro jeito para o pobre Chico; que saiu a caminhar por aquelas estradas, sem morada e sem a sua Nina:
- Ó Nina, por onde tu andas?
E agora o que eu faço,
Nesta pobre vida minha,
Se nada tenho pra viver!
Só tenho cruz pesada aos ombros,     
E escombros do querer...
Os quereres desejosos,
Que deveriam colorir o nosso ninho;
Estão postos em destroços,
Bem no meio de dois caminhos...
Pobre Chico já desanimado,
Não conseguia nem dormir;
Andando por aquelas estradas,
Tão sozinho e preocupado...
De como seria o seu porvir?
E, pensava ele:
Se o meu porvir for como agora,
De que adianta viver?...
Já que o meu agora,
Está tão por fora...
Embrulhado na desglória,
Desse teu desquerer...
Nesta pobre vida minha,
Se nada tenho pra viver!
Só tenho cruz pesada aos ombros,     
E escombros do querer...
- Ah! Que querer desmantelado,
Vejo agora em mim...
E, que querer encapuzado...
Vejo em você!
Se, de tanto te querer, me desmantelo;
Logo o teu desquerer é um cutelo;
Que me mata e revela...
Que escondes no capuz,
O teu querer em mistérios...
- Que de tanto me querer,
Desmantela-se, junto a mim;
Sob o mesmo cutelo,
No mais devasto fim,
Dessa nossa cruz... De não se ter!
- Circunstancias de nossos destinos.
Ah, meu amor!Onde está a tua força?
- Na voz? No silencio?Ou no esboço...
No esboço desse teu olhar tímido,
Desconfiado em alvoroço...
- De um amor tímido,
Escondido em caroço...
Meu amor põe pra fora,
A intimidade por esmola...
Ah, como eu quero essa tua ajuda!
Por favor, me acuda...
E desata-nos dos nossos ombros agora, a cruz...
De não poder, nos ter, como homem e mulher.
E lá se ia a caminhar por aquelas estradas,
Sem morada e sem a sua Nina.
 
 
    
Capítulo: 3
O reencontro de Nina Spear com Chico
 
O reencontro de Nina Spear com Chico,
Na casa da tia Zenaide, em São Paulo capital.
Olhando assim, Nem parecia ser verdade,
Que Chico tinha chegado por ali...
Deixando o passado lá meio da estrada,
Pra cantar comigo todo encantado, os poemas de amor,
No violão que trazia junto a mim.
E no presente daquele momento,
Os desígnios de Deus nos tiravam da estrada do passado,
Pra vivermos encantados, matando toda a saudade,
E vivermos um amor sem fim...
Minha saudade, às vezes era canoeira,
Tentava subir ribanceira pra me levar ao começo...
E, o subir ladeira de rio acima...
Parecia ter fascínio, mas só tinha tropeço...
Porque era impossível ter certeza,
De que isso poderia acontecer!
Mas pela estrada dos desígnios de Deus,
A gente caminhava juntamente num mesmo trajeto,
Para o encontro ser concreto,
E o passado ruim ficar de lado:
- sorte, que nenhum de nós,
Enroscou-se ao amor de outro alguém.
Se amar não fosse bom assim,
Você não tinha vindo e eu não tinha te esperado,
Pra ser outra vez a sua namorada, ó Chico,
- te quero tanto e tanto... Você me faz feliz!
E, dali para frente ficou morando junto, casaram-se, de uma maneira bem simples, com um almoço somente para a família da tia Zenaide e os dois pombinhos: E foram morar numa casa também muito simples na Capital paulista, bem próximo da casa desta tia.
Situação atual dos brasileiros!
(narração de Nina spear)
Hoje em dia, os brasileiros lutam assiduamente sem grandes expectativas de sucessos, devido os caminhos estreitos que estão adiante de cada um: Já não há mais aquele instinto forte e febril; de fincar os pés na marcha da prosperidade, irradiando aquela vigor pelo progresso.
Os trabalhadores brasileiros patinam pela sua própria inquietação, de ter, e ser algo a mais na sua carreira profissional; mas, estamos ainda embutidos dentro de uma marcha lenta... E se pararmos, fica pior!
O Brasil tem espaços nobres, para os nobres; e os nobres deveriam dar graças a Deus, por estarem ai onde estão?!Mas, muitos são ingratos para com a sua própria sorte; e não podem enxergar nem a si! Quanto mais entender os caminhos dos seus co-patriotas, que sofrem as desigualdades sociais: que vivem os apertos das necessidades cotidianas, numa demanda cruelmente inevitável, simplesmente para poder pagar o custeio de suas vidas e de suas famílias; porque nunca recebe salário a altura do merecido ao seu profissionalismo.
Os brasileiros já estão cansados de tanto esperar melhorias que nunca chegam; por isso que a maioria já não se importa com as promessas políticas... Dentro da sua área profissional; mas, partem para outras áreas que oferecem maiores oportunidades!
Mas, é necessário ser subordinado aos seus superiores; pois todos aqueles que mandam, também são mandados. O duro mesmo é serem os últimos da fila... Porque aí, o bicho pega!... O salário e a honra serão os menores.
Pois, para sustentar uma cruz aos ombros, é preciso muita força e coragem, dentro de uma dimensão de valores sociais.
Mas, infelizmente a pobreza está em toda parte do mundo, como um gigantesco batalhão, invencível, dominando a raça humana! Muitos pobres se libertam desse batalhão e passa para o outro (o batalhão dos ricos). Porém, os pobres fazem muitos filhos, que nascem dentro desse batalhão para ser vítima de sua própria raiz: se, o nascer é divino! A sobrevivência é uma ruína, para os soldados do tal batalhão.
Ando desanimada de uma árdua rotina, de vender roupas e bugigangas pelas ruas, e marretar tudo isso, juntamente com o meu marido Chico, em lugares proibidos, como: Ladeira do Porto Geral, Rua 25 de Março e tantos outros lugares que fazemos tentativas, aqui em São Paulo.
Estamos já no fim do ano de 2.003. Faz um ano que estamos nessa labuta e não é possível arranjar nada! Pois, é difícil se levantar do nada, se quando está melhorando os fiscais da prefeitura nos tira as mercadorias e ficamos nus outra vez!
Pra ser franca com você, ó Cabral! Preciso de um conselho de um Homem de Deus como és! Pois, sei da tua conduta cristã inabalável! Onde não troca os preceitos de tua salvação por nada deste mundo! E você está certo: de que adiantaria o homem ganhar o mundo inteiro e perder a vida eterna! (se estas palavras foram ditas pelo o próprio Senhor Jesus, não há controvérsia).
Naquele momento você me deu um conselho com tanta naturalidade expressiva; que me pareceu... Já estar com a resposta esperando o momento certo para me falar! E aquilo me entrou no coração como um cetro de ouro, decretando-me a saída.
Quando falei com o meu marido Chico: ele deu um pulo e disse: Amém Senhor! E eu assustei-me bastante, porque ele não era Cristão (e eu nem percebia que ele lia a bíblia).
Lembro-me muito bem, quando você me disse:
- Ó Nina, Nina! Vai e vende as tuas terras que os cangaceiros invadiram e o pouco que pegar em dinheiro te será muito! Vai, pois e abre uma loja e venda de tudo que sabes vender: Você é ótima para isso! E eu te falei: Mas, se eu for lá, poderei ser morta! E você disse: Venda para alguém pior que esses cangaceiros, que tenha dinheiro e morem por lá, oras!...
Foi daí, que saiu-nos a resposta e fomos, pois até a Cidade de Santa Helena e procuramos o Major Cândido Ferraz e comprou-nos sem pedir desconto, porque dizia ter prazer em escafeder com aqueles invasores de uma figa!
Voltando, pois, a São Paulo; pagamos as nossas contas e     abrimos a nossa primeira loja de roupas em geral, com o nome de NINA MODAS.
E, Chico sempre se lembra de uma brincadeira que ele fez, após ter pagado uma conta que devia para o senhor Manoel português, que sempre lhe pegava no pé para receber a conta; e tivemos que pagá-lo até mesmo antes de vender as terras; pois o velho não dava sossego. E tinha esse o apelido de casaleco! Só não sei o por quê?
*É! Seu casaleco... Acabou o Kong fú!
- O meu nome já não fede: espantei os urubus...
- Já paguei o que eu devia e fiquei quase nu...
- só fiquei com uma cueca pra esconder o brucutu...
- mas, eu estou muito alegre!
Porque já posso festá, aqui no Sur.*
Todos esses registros que lemos até o presente momento, foram dados início, no dia 24/08/2. 008, num domingo à tarde. E depois disso, se estendeu por outras sessões históricas, conforme o tempo nos proporcionava oportunidades.
 
 
 
      
Capítulo 4
Segunda sessão histórica.
Os quinze dias de sofrimento de Nina
 
 
Nesta segunda sessão histórica, Nina relembra o quanto sofreu por aqueles quinze dias, junto à beira do riozinho, ainda que ali tivesse jabuticabas, bananas, pêssegos e outras frutas a mais. Ela conta que fez uma cabana por ali, mas, morria de medo do mal que poderia lhe acontecer...
E um dia, numa manhã, eu estava ali mais uma vez, com a cabeça confusa... Do que poderia me acontecer... Quando me caiu um balão do céu... Uma dessas bexigas de festa de aniversário... E ela desceu até eu, como que se eu tivesse um imã para puxá-la.
Então, logo a peguei em minhas mãos como se ali estivesse uma saída vinda de Deus para me defender daquele medo... E surpreendi-me, ao ver que dentro dela tinha um papel escrito... Suspirei profundamente, com um enorme alívio n’ alma e estourei-a; e dentro dela estava o papel escrito assim:
- (1) Não tire dos teus lombos, o peso que carregas;
Pois, nele estará o alimento e as surpresas das promessas,
Fundamentadas no trajeto missionário dessa tua viagem.
- (2) Aquele que come o pão com cheiro e mancha de sangue... Devora a sua alma e precipita o seu espírito num abismo sem fim: será entregue sem demora, a escuridão do inferno, pela as más obras: Porém; se houver arrependimento a tempo (Salvar-se-á de tal condenação).
Eu adorei aquilo que li! E logo o meu olhar procurava por todos os lados de onde viera aquele balão... Mas, era impossível localizar o endereço do Remetente, visto que eu era a destinatária felizardo, dona da mensagem!
Naquele momento, aquele recado me fez esquecer tudo e sair andando para o lado que o meu coração me destinava, como se eu tivesse ali, naquele recado a direção exata da minha jornada de vitória!
Caminhei aproximadamente umas três horas... E já se começava a sentir um cheiro gostoso de comida e ruídos de gente... Aquilo tudo me anunciava, vida, libertação e esperança de sobrevivência!
E de repente, achei uma estradinha de terra, que subia uma montanha verdejante, e lá em cima... Um helicóptero branco decolando junto ao terreno de uma bela casa; onde pode pedir socorro a uma moça que me saiu à porta. E ela perguntou-me o nome.
- (...) Eu me chamo, Nina Spear!
- Nossa, que nome bonito!O meu é Santina... Pode entrar no portão e me contar o que está te acontecendo, menina.
- e eu lhe expliquei tudo: Acerca da minha fuga da fazenda pedras de chão e o porquê!
- Contei-lhe; que tentaram abusar do meu pudor e não deixei; que preferirei morrer, mas, me jogaram como um lixo à beira-mar zombando de mim, pressagiando que eu morreria comida pelos bichos...
Santina se compadeceu de mim e me recolheu para dentro... E logo em seguida, adentrou aquela casa, o casal que chegava de helicóptero que eram os seus pais (O Dr. Sergio Jankot e a Drª Eva Jankot). E ela explicou-lhes a minha história... E tão logo eles responderam: Parece ser verdade a sua história: faça por ela tudo o que for necessário e arranje-lhe um dos quartos de hospedagem: Naquele momento eu chorei de felicidade!
Retratando (lugarejo ou reserva)
*- Lá em cima... Na “Reserva de Jankot”;
Onde ele e outros ricos se escondem,
Por detrás das montanhas...
O conforto do lugarejo se instala,
Para saciar pouquíssima gente.
É ali que mora Santina Jankot, numa casa finória,
Aonde chega de avião... Em sua terra natal.
- O seu helicóptero parece bicho viciado,
Em descer entremeio às serras,
Daquelas bibocas... Feitas de Glórias!
Existe lá, uma cidadezinha, quase particular...
Tão pequenininha que faz dó!
E nela não há esse arrombo feito pelas intrigas,
De gente que briga, por quase tudo...
O povoado parece estar isento de briga...
- Há uma comunhão perpétua naquela cidade,
Que até parecem ser todos de uma só, e boa família!
Excomungando o arrocho das quizilas,
Que existe noutros lugares do mundo...
A Reserva de Jankot é uma cidadezinha do bem!
Quem não gostar de lá, é porque gosta de briga!
- “Jankot” assume toda a paz e o bem!
E excomungam os que não a tem, paz para ficar por lá!
Existe ali, um bom velhinho: Pacífico e sozinho...
(O seu nome é César).
O povoadinho lhe conhece, respeita e obedece,
Os seus conselhos de preces!
- quando ele fala, sem querer, salmodita!
- O seu falar é uma canção literária...
Com os mais elevados conselhos benditos!*
Após ter pousado ali, ainda na primeira noite: Santina me chamou para ir à casinha do bom velhinho chamado, César!E ali existia um edital na sala com vários provérbios... E quando eu comecei a ler e chorar... Perguntaram-me (Santina e o velhinho): o que foi moça? Por que choras?
- então, contei-lhes a história do balão que havia encontrado e a frase que estava dentro: mostrando-lhes o papel escrito: O velhinho chorou de contentamento; porque o se recado havia sido enviado por via vento...
 
Os conselhos do edital
 
Não tire dos teus lombos, o peso que carregas;
Pois, nele estará o alimento e as surpresas das promessas,
Fundamentadas no trajeto missionário dessa tua viagem.
(2) Aquele que come o pão com cheiro e mancha de sangue... Devora a sua alma e precipita o seu espírito num abismo sem fim: será entregue sem demora, a escuridão do inferno, pela as más obras: Porém; se houver arrependimento a tempo (Salvar-se-á de tal condenação).
(3) O rico que gasta o seu dinheiro desordenadamente,
Apaga a herança dos filhos injustamente;
E o pobre que tenta imitá-lo,
Destrói a única bagagem que tem!
(ou talvez, tira-lhe a ultima roupa do corpo, ficando nu).
(4) Quem ES tu, que zombas do teu irmão?
- Porventura és maior que pensas?
- É apenas, um saco de cinza solta ao vento...
- Não sabes pra onde vai?
Nem tampouco onde está o lugar do teu assentamento:
- Esse teu zombar, voltará a ti mesma, como espada cruel:
VOLTE-TE A DEUS!
Vejo-te nua, em derredor da minha casa,
Querendo entrar... E com vergonha de se mostrar...
Porque nela o resplendor muito clareia,
E a tua alma está feia, sem as vestiduras.
Mas, os teus pecados são pequenos,
E ainda tem as vestiduras ao teu alcance:
Pegue-as e veste-te depressa, enquanto há tempo.
Porque, dos que morrem no espírito,
Eu tomo-as, e escondo do seu alcance,
Para que não, as vistas nunca mais!
Porém; estando ainda ao teu alcance, a tua veste!
Deverá pegá-la, enquanto há tempo...
Para que possua a vida, que te sustenta com Deus!
 
Santina, a donzela.
 
Santina era uma donzela, que vinha ter com o velho César acerca dos conselhos filosóficos; porque havia adorado os recados que copiou do edital de sua sala.
Santina havia dito; que os recados de César falavam com as suas necessidades e de sua família. E voltando lá pela segunda vez: assustou-se, quando viu que o velho César tinha retirado do edital, os recados que tinham copiado... Então, suspirou e disse:
- Nossa! Senhor César: Por que o Senhor Tirou as mensagens que eu copiei naquele dia?...
- Essa, é uma longa história minha filha... Mas, eu vou resumir em poucas palavras para você: Cada vez que alguém recebe de verdade os significados das minhas mensagens; eu as recolho do edital e coloco-as, num balão de ar; a qual eu encho-os de oxigênio e solto pelos os ares...
- Essa é uma forma de elevar a Deus as virtudes de uma inspiração que considero não serem minhas; mas, de Deus!
Santina se emocionou com essas palavras... E cheia de lágrimas diz: O senhor tem razão senhor César: Cada mensagem que copiei falou comigo (Realmente o senhor tem uma vocação de Divina).
- César: É minha filha! Não sei se você já ouviu falar no sexto sentido?
- Santina: Sim, eu já ouvi falar, mas, não compreendi...
- César: Pois, é filha!
- O sexto sentido!
Está instalado no espírito humano,
Numa posição gloriosa de sabedoria!
A ponto de analisar e subjugar todos os outros sentidos...
E ainda apreciar todas as obras literárias e não-literárias,
Por um ângulo sobreposto e preciso!
(Das coisas terrestres e Divinas).
- Nossa! Que profundo... Disse-lhe; Santina.
- César: profundo mesmo é o destino desses balões...
(enquanto falava se via as cenas: ele colocando cada mensagem daquela dentro de cada balão e enrolada como se fosse um cigarro de papel; e depois, enchendo-os de oxigênio e soltando-os pelos ares...).
- profundo mesmo filha! É o destino desses balões... Só Deus sabe vãs as mensagens: Se elas se desmancham pelos os ares? Ou se chegam às mãos de alguém?Espero um dia poder descobrir isso...
- Santina: O senhor põe o seu endereço?
- César: Não!
- Santina: Então nunca se descobrirá o resultado, para saciar a curiosidade... Comece a por seu nome e endereço!
- César: Está certa filha! Sempre ponho (César dos balões), mas, como se achará o meu endereço? A partir de hoje vou por... E abraçou-a, agradecido pela dica.
No fundo de sua alma, ele não queria ser encontrado por ninguém! Somente se comportou assim, por consideração a moça: O velho César era um Ancião oculto das mensagens espirituais (para ele o seu nome era insignificante, sem qualquer valor).
Há muitos anos ele tinha sido ancião de uma Doutrina Evangélica, ainda com seus trinta e oito anos de idade, numa cidadezinha Paranaense; de onde sumiu, sem qualquer explicação e nunca mais havia voltado.
O velho César tinha agora só cinqüenta e oito anos e parecia ter setenta de tão acabado que estava.
A família já tinha procurado-o por muitas vezes! Mas, desistiram porque acharam que estava morto.
César havia ido fazer uma missão religiosa; e antes que passasse na casa do companheiro de missão, perdeu a memória (E Deus o sabe o porquê de tal emnezia).
O mistério maior disso; é que ele chegou ao destino da sua missão: Pois, era exatamente esse o destino da revelação divina: O lugarejo Tinhaem, Rio de Janeiro. E ali ficou esquecido... Não se sabe: se de Deus ou dos irmãos... Mas, estava esquecido ao julgo do nosso olho; que não sabe o desígnio das coisas.
Já se passava, vinte anos; e o velho César não sabia de que igreja era... Mas, nos seus documentos antigos havia uma anotação com os rastros de sua verdadeira identificação; a qual ele achou e se empolgou, com imensa empolgação: Leu e chorou amargamente!
Logo depois, mandou um menino ir até a mansão de Santina e pedir que viesse logo ter com ele; que precisava falar-lhe algo de importante!
Santina veio-lhe sem demora. E o velho lhe falou emocionado: descobri a minha identidade... A minha mente voltou... Eu vim pra cá em missão de Deus! E agora sei quem eu sou!
Santina entrou em parafuso, com essas primeiras palavras. Mas, depois de ouvi-lo, creu profundamente! E se interessou em ir até a tal cidade para localizar sua verdadeira raiz!
- Santina: Como foi isso Senhor César?
- César: Achei-me nas entranhas dessa anotação que fiz, quando eu tinha trinta anos (cinco anos antes de ser um Ancião de Igreja): Com trinta e cinco eu passei a ser o tal Ancião; e com trinta e oito viajei pra cá em missão! E já faz vinte anos que estou aqui, porque perdi a memória. E muita vez clamou ao nosso Deus para fazer-me, lembrar ao certo, o porquê eu estava aqui...
Achei, pois, que os meus clamores,
Transbordavam-se sobre a beira de uma balde,
E caia ao chão, molhando-o, desnecessariamente...
Mas, o chão era o meu próprio coração,
Que estava ressecado pelo sol do evangelho,
Porque me faltava à memória,
(que é aonde se guarda os preceitos da doutrina de Deus).
Sei que essa culpa não cabe a mim e nem a Deus!
Pois, ele bem sabe de todas as coisas!
E agora eu posso ver nitidamente, ó Santina:
- Que os meus clamores!
Molharam as pedras de chão do meu coração:
- fazendo-me, a luz da mente brotar com grande amplidão!
- Nossa! Que profundo... Disse-lhe; Santina.
- César: Profundo mesmo é o que eu vou lhe mostrar agora minha jovem:
- A mais profunda das minhas anotações:
porque foi nela que encontrei a minha memória outra vez.
Anotação de César: o ancião!
O ofício Ministerial da palavra de Deus!
O Advogado de defesa busca de todas as maneiras,
As provas convincentes que possa inocentar o réu.
Porém; o Advogado de acusação:
- Busca de todas as maneiras...
As provas que possa condenar até mesmo,
A inocência de um réu.
O Juiz ouve as duas partes com toda sua atenção!
Para definir os direitos da razão:
- Condenando ou absorvendo um réu.
Porém eu: Não quero ser nenhum dos dois primeiros,
E nem tampouco o terceiro:
- Não quero ser defensor nem acusador,
Das vossas causas: Muito menos Juiz!
- Deus julgará a vossas causas: Se em mim,
Que não seja por mim!
- Ele em mim julgará a vossas causas,
Quando trouxerdes perante o meu ministério.
Então;
Ele me usará apenas como o martelo que bate a mesa,
Para definir o lado certo da razão;
Pondo a luz da decisão pela paz!
- Ou serei usado, mormente,
Para apregoar a palavra da vida entre vós;
Numa dimensão coletiva, para o bem unânime.
Das vossas almas, pela salvação,
Que está em Jesus Cristo o Nosso Salvador.
NOTA:
Considera-se, que César teceu muito bem o seu texto,
A ponto de achar ali,