Trecho: Livro Momentos... Poesia
Trecho: Livro Momentos... Poesia
Introdução Este volume de poesia tem a virtude de enaltecer,Os atos de certos momentos que nos sobrevém,Por forças do desígnio inevitáveisOu daqueles que provocamos...De maneira, que duma forma ou de outra,Os momentos em que vivemos,Configuram a nossa jornada de vida.As poesias deste volume registram os momentos,Em que, a minha alma foi flagrada pelas inspirações...
M O M E N T O S...Cabral Veríssimo
(Antologia Poética)
Edição totalmente reformulada e atualizada
Certificado de Registro:107.9 69 Livro : 159 Folha : 145Momentos... 112 páginas
FundaçăoBIBLIOTECA NACIONALMINISTÉRIO DA CULTURA
Todos os direitosReservados do AutorJosé Vieira Cabral(Cabral Veríssimo)
Primeira EdiçăoAno 1.996
Săo Caetano do SulGrande ABC – SPCEP – 09572-450Tel. (11) 2376 – 8206
E-mail:
cabralverissimo@yahoo.com.br
Introdução Este volume de poesia tem a virtude de enaltecer,Os atos de certos momentos que nos sobrevém,Por forças do desígnio inevitáveisOu daqueles que provocamos...De maneira, que duma forma ou de outra,Os momentos em que vivemos,Configuram a nossa jornada de vida.As poesias deste volume registram os momentos,Em que, a minha alma foi flagrada pelas inspirações...
Busquei conhecimentos profundos,Para ilustrar os meus próprios desígnios...Registrando os momentos!Mas considerei, as expressões profundas...E as mais singelas, importantíssimas a nossa vida!- Observei algumas almas...Que transbordavam o fulgor de preciosos momentos!E outras que, desfiguradas pela constante Amargura...Quase inconsoláveis, exprimiam penosos gemidos...
Às vezes me assento e debruçoAo encosto duma cadeira, cansado em sonhos!...Transbordando idéias recentes e antigas!E, com os olhos quase vendados,Pelas pálpebras umedecidas...Mergulho os meus PensamentosNo íntimo dos tempos...Revivendo os momentos singelos e profundos...Para tirar dali, agros ou doces sumos,E derramar aos contextos poéticos. Retrato de poeta
O poeta rabisca... Aperfeiçoa!Sofre e examina - aprende e ensina!- Busca o conhecimento e a prudência o ilumina...A cavalgar pelas paginas sofrida de sua sina.
Ultrajado muitas vezesPela insensibilidade de certos críticos,Que trazem consigo a má virtude de criticar,Aqueles que se desdobram com sensibilidadesPara realizarem as suas obras, deixando rastros visíveis!
O poeta garimpa... Encontra e lapida preciosas- Depois cavalga pelas paginas de diversos livros;Talvez, montado num cavalo branco guerreiro,Com sua expressão forteDe um invencível cavaleiro!
- Cavaleiro que encontrou no garimpo o ouroE crê...Que é de infinito valor!Mas nem sempre ele mesmo vêA força do exemplo que é!- Porém; outros verãos nos dias vindouros...Todos os seus exemplosDe força, esperança e fé.
A alma do poeta não morre...Ela vive estendida nas paginas dos livros,Para avivar o conhecimento de todos aqueles que,Busca conhecimentos dentro da cultura.
As obras de um poeta são imortais!...Elas estarão sempre circulando na sensibilidade humana;Discernindo essa esplendida luz!Que é o conhecimento da nossa cultura.
Dinamismo
Tu que amas e defendes a nossa pátria!Suportando afrontas (das horas afãs)...Trabalhas e estudas!Dando exemplos dinâmicos de patriotismo!
Saiba, que essa energia que empregas (nunca será vã);Certamente alcançaras os teus objetivos!Colaborando com a pátria e m que nasceste:O teu progresso junto à pátria será evolutivo!(Tomara, que esse dinamismo sustenha a tu' alma).
E, nos dias vindouros...A tua sabedoria Será mais excelente do que ouro!Marche firme nessa tua jornada,Levando sempre toda a prudênciaPara rebater as negligências...
Porque o futuro t' espera em iminência!- Marche firme! Honrando a nossa pátria!Exalte-a todos momentosE serás coroado de sábios eventos!
O Trem
Naquela cálida semana,No vaivém...No silencio e no trem,Fizeram pesadas queixas...
Pobres passageiros, renuídos,Eles bolem e rolam pelos os trilhos...Coagidos pelos os golpesDos nobres em pandilhas!
Os passageiros bolem e rolam...Arrastando pesados vagões,Carregados de queixas e ilusões!Eles esperam...Espreitam e consideramO velho e surrado trem!
(...) E no seu vaivém...O velho e surrado tremBole e rola pelos os trilhos,Sem ganância e peguilho:Rola lento... Mas perceberaNo seu longo vaivém...
Arrastando pesados vagões, o trem,Passa cidades e estações...E os passageiros lhes troca:Queixas e ilusões!
Naquela cálida semana,No vaivém...No silencio e no trem,Fizeram pesadas queixas... O Cérebro Brasileiro O cérebro brasileiro alardeia,Projeta, aprova e negaceia...O corpo Brasil balança,Com bulícios d' esperanças...(Aliciado de alma cheia).
Nesta cruel alegoria:Os ricos são a cabeça,E os políticos com categoria,
O cérebro brasileiroTalvez o tronco seja,A classe media brasileira...E por derradeiros:Os pobres são os membros,Que carregam o corpo inteiro:- São inferiores,Massacrados em desamores:Corroídos por tantos danos!- O cérebro brasileiro desata,Quase todos os nossos planos...- A vida e fósmea e ingrata,Mas os pobres vivem sonhando...
O corpo Brasil balança...Com bulícios d’esperanças,Aliciado de alma cheia...
Carnavais de Rua
Naquelas horas noturnas e bambas...A farra e o sambaAgitavam as ruas...- As Gatas eram fantásticas!Lunáticas e nuas...E exibiam com toda a tática,Os carnavais de rua.
Crioulos magricelosBrancos de magia!...Disputavam duelos...Por premio de fantasia!- Pintaram as caras...E caíram as ruas...E no embalo d' alegria,Caíram no samba!
Naquelas horas noturnas,Carnavalescas,Belas e burlescas...Havia muito samba,Farra e cachaçaAgitando diversas raças:- Nunca mais me esqueci...Pareciam vaga-lumes urbanosCom cérebros humanosAgitando as ruas.
Feliz Ano Novo
Estrondos e luzesBrilham no espaço...Fazendo desenhosE deixando fumaças...
- Lumes e estampidosAtraem olharesDe multidão e multidões!...Que estão em todos os lugares...Pelas as ruas, praças.E diversas moradas...Que nesse momento comemoram,À noite esperada...Feliz ano novo! Feliz ano novo!
- Mas logo...A noite irá de sua rotinaE levará do nosso povo:Barulhos de gritos,Bebidas e buzinas...Feliz ano novo!Feliz ano novo!
E depois... Logo virá o sol...E ele verá por toda a terraPelo o poder de seu oficio!- Ressacas e resquícios...Feliz ano novo!Feliz ano novo!
Fases
Amanhã acorda forçada e sonolenta...Com a face embaçada e semi-indolente!- Ela desperta e escuta presenteOs ruídos de multidões atentas!...
Multidões que lutam forçadasPor obrigatórias conquistas!- Que aos seus deveres estão atadasEm situações difíceis!
- Trabalham horas e horas...Pelas as necessidades e ilusões!E, desiludidas às vezes choram...Avergoados pelos os golpesDas más remunerações!
- Para alguns... Os projetos clareiam!Fazendo dos sonhos - realidade!Onde jubilosos ceiamAs virtudes da felicidade!
Mitos se alegram grandementeCom os corpos das prosperidades,Porque elas podem testemunharOs resultados de tais sonhos realizados.
O duro mesmo é ver os sonhos mortos!Pelas as decadências de tais buscas...Onde os resultados das horas e horas trabalhadasForam comidos, pelo o sustento da vida – e nada mais!... Bordoadas do destino
Ao amanhecer, torcido pela a dor...Ele segue a estrada seca;Levando na pele e na sinaA cor negra da noite.
Marcado pelos os açoitesDas bordoadas do destino:Cabisbaixo... O velho caminhaSobre um velho burro cargueiro(Levando barris dividido...).
Os dois velhos... Desprotegidos...São bons companheiros!E seguem - sozinho, sozinho...- E a sombra desanimada...Segue rente ao chão:Paralela ao burroE ao negro sem ilusão!
A Água está longe... Mas,Mais próxima que a esperança,Que um dia acabe A seca e a fome...(Miséria do sertão).
O velho esgotado,Sem recurso e prestigio nos revela...Por um simples e profundo vestígio,Onde, a sofrida feição expressa:Um silencioso hino...- Marcas inevitáveis...Das bordoadas do destino. Pátria No meu coração se manifestaUma felicidade em ritmo de festa!Os meus momentos inseguros se vãoPela a simplicidade das tuas crianças!
Crianças que trazem nos coraçõesO encanto de novas esperanças!- E numa sublime esperaEsperam os tempos vindouros,Almejando colher a seu tempo... O ouro!
Crianças que deverão marchar firmes!Levando, cada qual, toda a prudência,Para rechaçar toda a negligencia...- Buscando sábios conhecimentos,Porque o futuro as espera em iminência;
Crianças honrem a nossa pátria!Marchem firmesA todos os momentos...Exalte-a! E serás coroadoDe sábios eventos!
O Coração e o Rio
Por ensejos das tempestadesSobejam de sujeira os rios;Elas tumultuam e Flutuam...Com impudores e arrepios!
Os tempos os destinam;Rios, sujeiras, tempestades,Árvores, rios e animais:E tudo se renova mais e mais...Numa longa e poderosa simplicidade!
Porém os rios ainda se sujarãoPor ensejo das tempestades.E até mesmo as canduras dos corações,Sujará... Por ensejo da infidelidade.
Os tempos e ventos levarão as sujeiras dos rios...Mas as dos corações jamais!- Ninguém mudara a natureza...Não encontrarão defesas,Contra o poder e a gentileza que ela nos traz! Chuvas O crepúsculo despede e leva...As paisagens da nossa terra!A noite chega e espalha as trevasNo espaço e nas horas!
Negras nuvens se balançam...Correm e dançam - choram!Alvas águas se deslocamDeitam e rolam...Alcançam a terra e os mares!
O tempo chora... Registra as horasNum Longo recato...A terra num gesto grato!Abrem os poros e os brotos estouram...
- Sobejam os celeiros de cereais!- Coagida à seca foge e leva a fome!- A esperança penetra ainda mais...Nos corações desses atletasQue somos nos!
Longa é a corrida... Dura lida!E jamais venceremos:Sem as chuvas, rios e mares.
- A chuva renova a terraE transborda... Os homens acordam!Elas alegram...A terra e os rios - os mares e nós! Recompensa do Pescador
O barco moído pelo ventoA beira do rio...O velho chorava com triste lamentoJuntos aos pedaços...Resultados de tanto tempo,Moído pelo o vento:- Trabalhou duramente!Provou ao mar seu grande esforço!Pelo os inúmeros peixes que pescara...
O velho chorou amargamente!Ele chorou junto aos pedaços...Provas dos lucros - moídas pelo o vento!O vento enegreceu o esplendido clarãoDa esperança do velho pescador...
O velho aguardava grande ruína...Pensava no seu abandonoAnálogo a um velho troncoDa árvore caída...- Mas alguém o regouCom palavras sublimes!Borrifando o doce amor...Exalando aromas d’ esperança!
Trêmulo... Levantando a cabeçaO velho disse: meu Deus! Será?...Será que estou sonhando...- Alguém o tocou, respondendo:Não meu senhor...Não esta sonhando!- Tenho visto o teu grande esforço!Anos e anos pescando...Venha comigo, te darei um novo barco:Pagarei-te pelo o vento!- Tenho muitos outros barcos...E quem me ajudou ganhar...Foi o senhor dono do vento!